2 Enjoy no Mundo de Tim Burton: Impressões sobre a exposição

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Em janeiro de 2016 fiz uma coisa inusitada: comprei entradas e passagem pela internet para viajar quase 1.200km e ver a exposição O Mundo de Tim Burton no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo. Detalhe: os ingressos eram para 9 de março.


Para alguns pode parecer loucura fazer isso, mas para uma pessoa como eu, que quando adolescente só não cursou faculdade de cinema por um pouco de falta de coragem (tinha que sair do estado) faz muito sentido. Ainda mais porque eu considero o Tim Burton o meu diretor de cinema preferido por 1) ele ter referências para o seu trabalho que eu também curto muito; e 2) pela sua estética no mínimo desafiadora, seu jogo de cores e formas, enfim, por toda a genialidade que torna a obra dele ao mesmo tempo estranha e admirável: quase que Kitsch. Enfim, como uma pessoa que acompanha e admira o trabalho dele desde o primeiro Batman, passando pelos clipes do The Killers e culminando em Grandes Olhos, eu não poderia deixar de visitar a exposição.

A Exposição

Aquela espiral fica girando, girando, girando....

A entrada já admira bastante. Todos os ingressos tem horário marcado para visita e, antes de entrarmos, recebemos uma série de instruções sobre o que vamos ver lá dentro. Quando entramos, a sensação que temos é a de que a exposição foca na ordem do processo de criação, pois encontramos dois painéis com as principais inspirações de Tim Burton: filmes B e os clássicos da Universal como o Drácula com Bela Lugosi e a Múmia, com seu rival Boris Karloff. Também podemos ver um cartaz do filme Plano 9 do Espaço Sideral, de Ed Wood, considerado o pior diretor de todos os tempos. Ah, e sim, o Tim Burton fez um filme sobre ele.
Depois, passamos para uma sala onde estão expostos os trabalhos de ilustração de Burton. São diversos e utilizam de contornos fortes, cores e aquarelas. Muitos contam histórias, sempre beirando o bizarro. Nesta parte, também vemos um mecanismo giratório que mostra as várias faces do boneco Jack, de O Estranho Mundo de Jack, para entendermos como funciona o stop-motion, técnica muito utilizada por Tim Burton em seus filmes.
Neste momento, estamos no segundo andar do MIS. A exposição continua no andar de baixo e temos duas opções para descer: uma escada ou um grande escorregador. Se possível, vá de escorregador :D
No andar de baixo, encontramos alguns personagens como o Garoto Mancha (veja um dos episódios abaixo) e mais alguns que participam da websérie, que Burton criou especificamente no ano de 2000, sendo uma das primeiras produções unicamente on-line. Neste espaço também podemos ver alguns trabalhos de fotografia do artista e uma ilustração muito curiosa, de quando Burton trabalhou na Disney, nos padrões Disney (o que foge completamente à sua estética).
Garoto Mancha

Passando por esta parte, chegamos a uma sala onde começamos a ver o Tim Burton que estamos mais habituados, aquele do audiovisual. Temos algumas esculturas, storyboards e imagens de curtas e clipes dirigidos pelo cineasta (não se preocupe, todos os vídeos mostrados ao longo da exposição estão disponíveis para assistir numa sala bem confortável no final).


"Bones" e "Here With Me", do The Killers, dirigidos por Burton

Por fim, entramos numa cronologia de seus trabalhos de longa metragem. Ano a ano, vamos vendo storyboards e mock-ups de filmes como Marte Ataca!, A Fantástica Fábrica de Chocolate, Frankenweenie, entre outros. Todos estão lá, exceto Grandes Olhos, mas creio que a exposição foi montada antes dele. Neste espaço também é possível olhar (se você tiver paciência de esperar por um tablet) um compilado de fotos dos bastidores das produções. 
Chegamos ao final, onde nos falaram nas instruções que teria uma supresa: era um compilado de comerciais que trabalhavam o bizarro, para relacionar com a exposição. O Bizarro na propaganda.


As impressões

Poder ver o trabalho dele foi demais, demais mesmo. Mas confesso que saí de lá um tanto decepcionada. Primeiro, porque uma das instruções era de que não poderíamos fotografar a exposição (entendeu a falta de fotos das obras agora?), o que se explicava pelo livro (R$ 80,00) com fotos das obras a venda na gift shop montada especialmente para o evento. E segundo porque uma exposição como esta tem um alto potencial interativo que eu senti que não foi totalmente explorado. 

Concluindo...

Mesmo assim, visitar a exposição valeu muito a pena, pois foi possível conhecer e entender um pouco mais do mundo (é o mundo dele mesmo) do Tim Burton e admirar ainda mais sua genialidade. Se você gosta tanto dele quanto eu, recomendo que vá!

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