Startup Juicero joga a toalha
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Como uma forte influencia dos poderes do jornalismo e da natureza às vezes supérflua da Internet das Coisas, a Juicero fechou oficialmente suas portas. Na sexta-feira passada, a empresa anunciou que estaria parando a produção de suas máquinas de suco com conexão sem fio de U$400 e oferecendo reembolso completo aos clientes nos últimos 16 meses.
A Juicero recebeu US$ 120 milhões de investidores no Vale do Silício, como KPCB e GV (Google Ventures), poucas startups de hardware receberam tanto dinheiro assim nos EUA.
O foco da Juicero era fornecer uma solução prática e fresca para sucos prensados a frio em casa, desenvolvendo uma máquina que espremesse embalagens seladas a vácuo com pressão suficiente "para levantar dois Teslas", segundo o fundador Doug Evans. Os objetivos originais da empresa não eram apenas fornecer a máquina, mas também um sistema de distribuição indispensável onde os consumidores deveriam comprar os Produce Packs - pacotes de suco - por cerca de U$ 7, o que resultava em um mísero copo de suco.
A Juicero foi originalmente cotada em cerca de U$ 700, mas após pressão da indústria, a marca diminuiu de preço para impressionantes U$ 400. No meio de uma crescente suspeita pelo valor da tecnologia da empresa, um relatório em abril da Bloomberg Media confirmou que o suco de um pacote Juicero prensado com as próprias mãos acabou levando menos tempo do que na máquina de pressão a frio altamente projetada. No teste da Bloomberg, a repórter obteve 220 ml espremendo o pacote em um minuto e meio; e a Juicero 240 ml em dois minutos.
O vídeo abaixo compara o processo manual com o máquina.
Parece haver várias questões em jogo que sugerem o desaparecimento da Juicero: por um lado, há o preço, de outro, a decisão da empresa de adotar um modelo de distribuição altamente complicado. Você só podia adquirir os pacotes se for dono de uma máquina. A entrega é feita apenas em alguns estados dos EUA, eles não podiam viajar longas distâncias, pois estragavam, já que a empresa não congelava os pacotes. A Juicero alimentou nossas expectativas sobre a Internet das Coisas. Sim, o produto com Wifi exige conexão constante à internet, para confirmar se os ingredientes do pacote estavam frescos ou se haviam expirado. Porém a data de validade é algo que os consumidores olham há décadas. Sem conexão com a internet não era possível utilizá-la. Além, claro, pelo do fato de o pacote pode ser espremido com pelas próprias mãos dos consumidores.
O fundador Doug Evans chegou a dizer que queria popularizar a Juicero assim como a Apple popularizou os computadores pessoais. Sendo mais humilde assim como a Nespresso já era suficiente. Acho que ele esqueceu que em alguns casos "Menos é Mais".
Infelizmente mais um produto que vai entrar para a listas de fracassos.
Infelizmente mais um produto que vai entrar para a listas de fracassos.
Já viu nosso post sobre um museu inteirinho dedicado só a produtos que foram fracassos de vendas? Veja aqui.
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